Meu canto: território livre

Esse é meu canto onde livre vou descansar criando e compartilhando com quem estiver junto, sem a preocupação com costumes, conceitos ou regras de comportamento ou com opiniões de certo ou errado. Território livre. Onde as palavras não serão usadas para explicar nada, a arte será apenas contemplada e compartilhada. Que palavras? Que Arte? Qualquer uma. As que me der vontade de escrever ou citar com Liberdade! Quero soltar o verbo e exercitar meu momento e deixar fluir as sensações. Portanto se desejarem: leiam, olhem, comente; porém desarmados. Aqui ninguém sabe mais que o outro. No campo da palavra quanto mais lemos, ouvimos, pensamos ou refletimos; mais temos noção de não saber nada. Porque aqui podemos viver entre sonhos e delírios... CatiahoAlc.

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quarta-feira, 1 de março de 2023

 


A mente que tanto permite formulas e formas, guia a mente diante do corpo (do ser) a uma fixa imagem atrás da fina cortina de fumaça. 
O sorver do cigarro tem as mãos propícia parte de uma viagem mágica.
O prazer percorre todo corpo em ondas que variam em intensidade de leves provocar em mínimos arrepiar dos poros, marcando toda pele até ondas que além de eriçar os pelos cobertos e descobertos causando tremores que quase sacodem todo corpo como num leve soluçar.
A fumaça se eleva a frente espalhada em desenhos sinuosos aos olhos atentos.
Não há ruídos ou sons participantes  desse momento, se existem, de todo são ignorados. 
Na verdade é um momento de "quase" catarse; "quase" porque a mente separada do corpo se mantém e já determinou os próximos passos.
A semelhança de uma serpente imóvel, silenciosamente estuda a vítima, dá liberdade de movimento, até a chegada do momento "exato" do golpe fatal.
Assim o ser ali sentado, delicia-se sorvendo o que lhe der poder de observação plena.
No meio da mesa ecentua-se o vazio preenchido apenas pela leve cortina de fumaça...
Mas do "outro" lado outro "ser" ingenuamente, talvez pois na vida nunca é possível afirmar algo com certeza sobre os seres. Mas supondo que ingenuamente; permite-se sorver gostosamente a fumaça mostrando-se entregue a leitura de um livro de capa vermelha.
Na verdade ambos são presas um do outro; pois observam-se sem darem-se a perceber.
Antes do final do último cigarro, o ser que a mente produz formulas e formas, já sabe claramente seu próximo passo.
A presa diante de si acaba de fechar o livro e soltar um longo suspiro, enquanto passa a mão pelo rosto e apoia o queixo com a mesma...
No exato instante através da leve cortina de fumaça que sob a brisa se desfaz; os olhares se cruzam e se impactam num encontro fatal.
Agora; ambos: presas um do outro; depositam ao mesmo tempo os restos no cinzeiro posto no meio da mesa diante dos dois.
As mãos se tocam, não se repelem, pelo contrário trocam.
O ser que até então fora visto como presa, passa a postura oposta e trás a outra mão segura e firme.
Os olhos fitos um no outro aguçam todos os sentidos.
Diz com a mão segura as suas
-Vem?
O Ser agora sem fórmulas ou formas e sem resistir quase num esforço rouco balbucia
-Sim.
Levemente sorrindo permitem-se... juntos seguirem.
Se conheciam-se ou não, isso não importa e para onde irão: muito menos.
O que na verdade importa é que cativos do mesmo sentido: o desejo urgente da entrega nem se apercebem que o livro de capa vermelha fica ali na mesa... talvez um chamariz pra outros Seres.
CatiahoAlc./Reflexod'Alma 
010720100719

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